O Fim da Eternidade – Isaac Asimov
Tradução: Susana Alexandria – Editora Aleph
Data de Lançamento: 1955 – Minha Edição: 2019 – 256 páginas
E se você tivesse controle sobre seu futuro? Observasse as possiblidades de suas decisões e sempre conseguisse corrigir os desvios, sua vida seria melhor ou pior? Mas e se outras pessoas tivessem esse controle sobre seu futuro, elas observassem as possibilidades e decidissem por você o que seria melhor para sua vida? E se a humanidade tivesse controle do próprio futuro? O que poderia ser evitado?
Essa cadeia de perguntas é a premissa desse romance do bom doutor, o soviético Isaac Asimov.
A humanidade desenvolveu não só a livre viagem no tempo, como o controle do tempo, que é exercido através de um grupo de “notáveis“, conhecidos como os Eternos, que analisa as possiblidades de cada decisão tomada e controla o futuro da civilização humana.
Uma das coisas mais interessantes, além das questões filosóficas também é a atenção dele com as questões operacionais de como funcionaria a “Eternidade”, a instituição que controla o futuro. Há níveis hierárquicos, rotinas, instalações, burocracia, tudo descrito para dar ainda mais verossimilhança àquele mundo, conseguimos imaginar exatamente como funcionaria.
As implicações de todo esse cenário, o que deixa-se de conquistar e viver com um futuro controlado para sempre ter o resultado menos tumultuado, são o que movem esta leitura rápida e agradável mas sem deixar de ser profunda, numa das melhores obras de Asimov, escrita ainda no início de sua carreira.
Excelente (5/5)
Um livro completo, no conteúdo, com questões filosóficas e extrapolações tecnológicas, e na forma, com trama evolvente e leitura agradável. envelheceu muito bem.
Conexões com outras obras: ao final, Asimov faz uma rápida conexão com seu universo ficcional principal, da série Fundação – cujas primeiras obras foram escritas contemporaneamente. O autor nunca confirmou exatamente, mas em um livro já tardio dessa série, Limites da Fundação, os Eternos são mencionados, finalmente conectando com uma produção dentro desse universo.
Adaptação para o cinema: houve um filme baseado neste livro, lançado na União Soviética em 1987. Foi uma obra bastante fiel com exceção do final, que não se passa nos anos 30 dos Estados Unidos, e sim na Alemanha de 1980, e tudo fica mais enigmático, sem fazer a conexão com as obras da Fundação.
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