Jornada nas Estrelas Discovery – Terceira Temporada – Episódio 3
Aproveitando-se e sabendo usar bem do motor de Esporos, Discovery não tem delongas e vai direto para a Terra logo como primeira missão no século XXXII. E isso serve tanto para a nave quanto para os roteiristas, o arco da temporada ganhou em agilidade ao já nos dirigirmos no destino mais esperado desse futuro.
Mais inteligente ainda foi a saída encontrada para nosso planetinha azul, um destino bem sóbrio para um futuro sombrio da galáxia. Ao invés de apostarmos numa distopia – que foi minha primeira suspeita logo no início do capítulo – somos apresentados a uma sociedade que tenta sobreviver apesar do caos generalizado na galáxia, e em alternativa bem verossímil, e com certas conseqüências não muito amigáveis.
O desenrolar da trama e a solução do capítulo apesar de certos elementos novos, foi a cara de Jornada nas Estrelas. Mais uma vez, apesar de um ritmo muito diferente de narrativa, Discovery se mostra alinhada as características centrais desse universo.

O destaque vai para o arco dos dois protagonistas dessa temporada, Saru e Burnham. Diferentemente do movimento que seria o mais natural, o kelpiano se torna o novo capitão da nave e a Michael a primeira-oficial. Por um lado temos o amadurecimento de Saru, um personagem muito interessante tem tudo para ser dos grandes capitães de ST, e por outro, mudança radical da sua colega.
Com muito mérito da atriz, que mudou completamente, desde o cabelo, passando pelos os trejeitos mas até nos olhares, vemos uma personagem que se transformou profundamente. Mais confiante e mais leve – eu particularmente fico bem aliviado com isso pois os sucessivos revezes que ela sofria me incomodavam bastante, não pela qualidade dos problemas, mas por empatia com a protagonista. Conseguimos acreditar piamente que ela passou um ano sozinha.
Ao final, fomos deixados com dois ganchos muito interessantes, um novo destino para a nave, e a introdução de um novo tripulante.
Muito bom: 4/5
A trama da temporada caminha bem com um ponto importante do futuro já apresentado logo de cara e consegue deixar bons objetivos para os próximos capítulos; destaque também para a solução do problema, bem a cara da federação, e do excelente trabalho da atriz na mudança da burnham.
Trills: a espécie foi apresentada na quarta temporada de A Nova Geração, e seguidos personagens passaram a figurar na série, especialmente em Deep Space Nine. No entanto, em sua primeira aparição o fato de ser uma espécie simbiótica não era conhecido até aquele ano, no século XXIV; isso é confirmado aqui, quando Burnham, nativa do XXIII, disse ter visto um Trill no já no XXXII mas não sabia dessa natureza.
Naquele capítulo de TNG também estabelece-se que os simbiontes não são totalmente compatíveis com humanos. Aqui, talvez fruto de avanço tecnológico, se tornou possível a sobrevivência de ambos, mas com certas dificuldades.
Data estelar: se passando muito mais no futuro que tudo já apresentado em Jornada nas Estrelas, pela primeira vez uma data estelar contém 7 dígitos; a mensagem da Michael foi gravada em 865211.3 – a última data estelar mais afrente no tempo foi a 56947.0, em um episódio da terceira temporada de Voyager.
Jornada nas Estrelas: Discovery – Terceira Temporada
Muito boa crítica! Saru como capitão era a escolha mais lógica, e já esperava que isso acontecesse desde a última temporada, quando eles brevemente debatem, sinalizando para Michael e ela pede para discutir isso depois, meio que relutante. Disco está sendo uma ótima série, independente de ser Star Trek, eu mesmo não era grande fã da franquia e agora quero conhecer mais.
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