Estrela Vermelha – Aleksandr Bogdanov
Tradução: Paula Vaz de Almeida e Ekaterina Vólkova Américo – Boitempo
Ano de Lançamento: 1908 – Minha Edição: 2021 – 183 páginas
Dentro da Ficção Científica futurista temos dois grandes subgêneros, a Utopia e a Distopia; aquele que projeta o futuro melhor ou um futuro melhor em relação ao presente, e o outro que projeta um futuro muito pior que a contemporaneidade. Por motivos variados, o segundo é muito mais popular; afinal, é o que mais dá espaço para as críticas sociais, políticas, culturais ou econômicas as quais o autor quer denunciar. Tal, como, por exemplo, Battle Royale alerta para o autoritarismo do sistema educacional japonês no século XX.
Já a Utopia, muitas vezes classificada como um gênero ingênuo, sem muitos conflitos, características que são fundamentais para enriquecer uma estória, tem mais dificuldades para fazer sucesso. Notadamente ela surge quando há um contexto que permite pensar num futuro melhor; foi o caso de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, criada durante o final da Guerra Fria. Mais antiga que a Distopia, a Utopia nasceu no século XVI, no texto de Thomas Moore de mesmo nome, descrevendo um “não-lugar”, bom demais para ser verdade.
O gênero se transformou – criou seu oposto – e tomou forma em várias mídias e aplicações. Muitas vezes esses textos têm caráter de manifesto, de esperança, de encorajamento ou também de alertar que essa janela de oportunidade de criar uma sociedade melhor exige certas condições. Todas essas características estão presentes neste clássico escrito no clima da Primeira Revolução Russa, ou a Revolução de 1905, como costuma ser conhecida no ocidente.
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