Um gosto amargo ao final desta segunda temporada: viver na pele as armadilhas da nostalgia é sempre desagradável. Já em apenas seu segundo ano, o seriado já exibiu fortes sinais desgaste. Trocando os pés pelas mãos, a produção teve uma inabilidade muito grande em criar novas realidades alternativas, e, em especial, saber articular as tramas nesses novos contextos imaginários.
É impressionante ver como uma primeira temporada virtualmente sem um único episódio ruim, se transformar numa bagunça de altos e baixos como os apresentados aqui em capítulos onde é completamente impossível compreender suas regras internas. Não há, também, nenhuma grande sacada ou alegoria política/social/histórica/cultural, como a sociedade matriarcal ou a dominada pelos nerds, como vimos antes.
Mesmo em capítulos com boas ideias, a sociedade dominada por pessoas de 20 anos, ou um mundo no qual o tempo volta para trás, não há um bom uso desses conceitos centrais para desenvolver boas reviravoltas ou mesmo revelar novas faces dos personagens – por exemplo, Quiin e Wade, que aparecem casados em um, se tornam completamente indiferentes quando a namorada de adolescência do protagonista aparece em outro.
Mas há esperanças, em um dos bons episódios da temporada, temos a introdução dos Kromaggs, os bizarros vilões principais do seriado.
Agradou: pouca coisa, mas ainda houve episódios divertidos.
Não é uma temporada completamente desastrosa, temos alguns capítulos bons, mas o desgaste foi muito alto entre um ano e outro e a coisa se deu de forma muito irregular. É uma jornada difícil continuar assistindo, mas há alguns episódios divertidos e o humor afiado mas pontual da série permanece mesmo nos piores capítulos, com algumas ironias divertidas e extrapolações engraçadas.
Não agradou: péssimos worldbuildings
É uma expressão comum do mundo nerd, mas para quem talvez não a conheça, worldbuilding é, de forma resumida, como um autor cria um universo ficcional, seus personagens, suas regras, suas histórias, seu contexto, dentre outras características. Aparentemente, os produtores de Sliders gastaram todas as ideias mais bem delimitadas nesse sentido já na primeira temporada.
Neste segundo ano do programa, eles precisaram ser mais extravagantes e saíram um pouco do lugar-comum de “história alternativa” para tentar caminhar em dimensões mais ousadas; como mundos onde as leis da física não são as mesmas, ou toda a sociedade se organiza de forma muito diversa, quase numa “antropologia alternativa”. Eu até ansiava por isso e achei bem legal quando houve os primeiros ensaios nessa direção, entretanto, no geral foi um desastre.

Temos em vários episódios um worldbuilding completamente incompreensível; o mundo do Velho Oeste ou dos Mafiosos, por exemplo, não têm nada mais que uma ideia, ou um “argumento” de ser esse mundo de cowboy ou mundo a Lei Seca. E aí injetam algumas possibilidades de ironias e extrapolações disso muito óbvias, como pessoas andando a cavalo numa cidade dos anos 90, sem o menor cuidado de imaginar como elas funcionariam, e pronto; temos um universo ficcional.
Invariavelmente, isso transforma as tramas em uma completa bagunça, no mundo dominado pelos jovens, esse traço do local não conversa em nada com a dinâmica do casal central; e a busca de Quiin por sua namoradinha do ensino médio cria uma ruptura na realidade nos episódios finais da temporada. Bizarros demais.
Episódios
S02E01: Into the Mystic – No primeiro capítulo da temporada, Quinn está gravemente ferido e os nossos heróis precisam encontrar alguma ajuda para ele. Entretanto, nesta realidade não existe ciência, apenas magia e misticismo. Apesar do episódio começar com o pé esquerdo, ao resolver o gancho da temporada anterior ao mostrar que Quinn não estava morto, apenas ferido, – mais preguiçoso, impossível – eu gostei muito da premissa e de toda a contextualização.
Achei muito interessante a possibilidade de visitar realidades alternativas em que não apenas a história ou a sociedade se organizaram de formas diferentes, como também as “leis da física”, na falta de melhor expressão, seriam outras. É tudo muito competente e se baseando em um terror voltado ao humor (o “Oficial de Justiça” desse mundo é ótimo).
Entretanto, conforme o capítulo vai se concluindo, as coisas começam a desandar. Acabamos por não entender se realmente as “leis da física” eram diferentes naquele mundo. E a figura de um determinado ator que se repete nas realidades alternativas deste episódio, parece ter algo a mais mas nunca chegamos lá (não sei se ele será recorrente em outras temporadas). A Identidade do Feiticeiro, seus mistérios e seus poderes fazem pouco sentido, ainda que sua relação com as realidades alternativas seja muito interessante, é sempre legal ver alguém que também é slider e controla o que faz (muito embora também isso gera outros tantos furos).

O triste desfecho é um grande momento, ao final criando um saldo final interessante para o início de temporada.
Muito Bom (4/5)
S02E04: Love Gods – Após chegarem em um mundo aparentemente tranquilo, rapidamente nossos heróis se vêem em grandes problemas. Nesta realidade, os homens são uma parcela quase extinta da população e vivem como prisioneiros apenas para motivos de perpetuação da espécie – e, assim, Wade é a única slider em segurança neste episódio.
Há algumas coisas aqui e ali que forçam bastante o “alternativo” desta realidade; como a Austrália imune a grande praga (uma observação geográfica mais detida indicaria que existiriam locais mais remotos) e sua transformação em grande potência por ter mais homens é até meio problemática.
Mas, superando essas contradições (coisa que frequentemente fazemos em Sliders), o resultado é positivo e cria uma distopia bastante marcante e fácil de entender, se tornando um dos episódios mais lembrados do seriado -permeado com tensão, mistérios, desafios que te mantém interessado até o final. Uma pena que os viajantes que nos acompanham aqui jamais serão vistos novamente.
Muito Bom (4/5)
S02E07: Gillian of the Spirits – Um dos episódios mais queridos do seriado: nossos heróis se vêem presos em uma realidade onde a destruição causada pela II Guerra Mundial gerou uma rejeição em massa à tecnologia e o mundo está parado nos anos 50 – mas, não bastasse isso, Quiin aparentemente se tornou uma alma penada após um acidente no “portal”.
Eu entendo que Gillian é bem carismática, mas sua história (e de Quiin) não tem o menor nexo e coerência interna. Ela já era capaz de falar com espíritos, pelo que o episódio indica, mas por um acaso Quiin está na mesma “frequência” dos fantasmas? Ele estava morto? Ou então o dom dela a permitia especificamente, na realidade, falar com outros sliders que tiveram problemas no salto? O humor e situações aqui são todas permeadas por clichês de filmes de comédia nesse estilo; a pessoa falando sozinha e as demais achando estranho, o fantasma que viu uma coisa que ninguém foi capaz de ver…

Já a trama envolvendo o embargo à tecnologia é bem razoável e ganha fôlego ao envolver um personagem sempre nebuloso, o pai do protagonista. Entretanto, conforme temos o caminhar das coisas o capítulo se resolve de uma forma completamente idiota e preguiçosa, quando a solução literalmente pula na frente do problema, e joga fora tudo o de divertido que vimos até aquele momento.
Ruim (2/5)
S02E05: The good, the bad and the wealthy – Os deslizadores desta vez param em uma confusa realidade na qual o Texas não se juntou aos Estados Unidos, o que acabou prologando a era do Velho Oeste até os anos 90 do século XX naquela região da América do Norte.
Aqui temos um episódio completamente desorientado e extremamente mal escrito. A realidade alternativa disposta aqui é impossível de se entender; antes de tudo, não faz menor sentido uma mudança pontual na história gerar um país, em um 1990 normal, no qual as pessoas optem por andar a cavalo em ruas de terra tendo carros, tecnologia, e todas as demais mesmas características sócio-econômicas que possuíamos naquele momento que estão todas presentes. Tanto é que, após a sequência inicial, esse contexto de aparência de “Velho Oeste” é abandonado.

Mas daí para frente, no lugar entra uma outra concepção de organização social baseada na pistolagem. E o que já era confuso fica ainda mais. Há umas sacadas boas, como os “advogados” serem pistoleiros, mas nada faz sentido e a compreensão é muito prejudicada. Em especial, a trama das ações serem negociadas nas mesas de carteado, por exemplo, em algumas situações dá-se a entender que as fichas são as ações, mas isso não altera a forma da “compra” da empresa (que se mantém na pistolagem).
Essa completa confusão acaba por apresentar o primeiro episódio realmente ruim do seriado, que se conclui numa cena extremamente piegas com uma mensagem superficial sobre desarmamento.
Muito Ruim (1/5)
S02E03: El Sid – Começamos o episódio in media res, no meio de uma intensa troca de tiros em uma realidade alternativa pós-apocalíptica, na qual Quiin acaba interferindo após ver um espécie de “warlord” desse mundo distópico perseguindo uma bela jovem. A metida de bedelho do protagonista faz com que no próximo salto, o estranho casal seja levado junto a uma São Francisco aparentemente Utópica.

Pessoalmente, fiquei triste que aquela realidade “Mad Max” tenha sido apenas um teaser; ela poderia ter rendido todo um capítulo muito interessante. Mas, felizmente, o que temos também é igualmente intrigante. Não quero entregar muito porque a própria natureza daquele lugar é uma bela de uma reviravolta. Temos uma estória sempre séria e perigosa, fugindo um pouco do padrão do seriado.
O personagem de Sid, interpretado por Jeffrey Dean Morgan, acabou por roubar o episódio e até tirou um pouco a força do desafio central daquele mundo. A sensação é de estarmos, o tempo todo, assistindo uma continuação de outro capítulo no qual temos uma introdução desse antagonista, o que poderia ser muito bem vindo.
Muito Bom (4/5)
S02E02: Time Again And World – Minutos antes de realizar o salto para sair do mundo da mulheres barbadas (?), nossos heróis acabam presenciando um assassinato a sangue frio e a vítima troca suas últimas palavras com Wade. Para a surpresa de todos, no novo mundo, o dos homens com saias, eles acabam presenciando exatamente o mesmo assassinato na mesma circunstância.
O capítulo acaba se enveredando por um dilema moral dos personagens muito interessante, sobre o quanto eles devem intervir nas realidades nas quais eles passam (uma rima com outros episódios que acaba sendo prejudicada pela troca da ordem de exibição). Ao mesmo tempo em que eles se envolvem numa trama política daquela realidade: um Estados Unidos que se transformou em um estado policialesco – não que já não o seja.
Apesar da “crítica social foda” ser muito bobinha (recheada de patriotismo barato americano), gostei muito desses dos mundos onde uma trama de um termina em outro, achei uma jogada muito inteligente e um fôlego de novidade na série. Mas é preciso muita força de vontade para aceitar justamente as coincidências entre os dois – além de fazer vista grossa a uma porção de erros de continuidade. O enredo só faria sentido se o mundo-das-mulheres-barbadas também fosse um estado policial americano, o que o roteiro dá a entender que não era, pela surpresa dos personagens com tudo o que eles presenciam depois.
Ruim (2/5)
S02E11: In Dino Veritas – Após escapar de uma realidade onde é proibido mentir, os deslizadores acabam caindo em um planeta ainda habitado por dinossauros!

Sentimentos muito divididos para este capítulo: a sociedade humana coexistir com os dinossauros provavelmente é uma das realidades alternativas mais sem pé na cabeça já concebidas em Sliders. Como seria possível para os mamíferos evoluírem na Terra tendo com predadores os répteis gigantes? Mas uma vez vencido este absurdo (e os horríveis efeitos especiais), o episódio funciona bem demais e é divertido e coerente dentro de sua proposta bizarra.
Uma espécie de bottle show (capítulo de dimensões reduzidas), nossos heróis apenas interagem entre si e com dois outros personagens nativos daquela realidade – interações temperadas com colares que os obrigam a falar a verdade e rendem muito bom humor. Tudo vai caminhando muito bem e o ritmo é ótimo.
Muito Bom (4/5)
S02E10: Post Traumatic Slide Syndrome – Nossos heróis voltam para casa! De volta ao seu lar, eles tentam levar a sua vida normalmente, ao mesmo tempo em que colhem os louros da vitória. Em especial Arturo; o professor passa a divulgar a tecnologia do sliding como invenção sua, ganha fama e quer se tornar um dos grandes marcos da história da ciência moderna, mesmo ao custo de menosprezar os demais viajantes.
Um dos episódios mais aclamados do seriado, não a toa. Apesar de não haver nenhum grande conceito ou brincadeira com realidades alternativas, temos um belo estudo de personagem dos quatro protagonistas ao retornarem para casa – muito embora achei falta de refino pautar o episódio por uma conversa com um psicólogo, precisava esfregar mais na cara o objetivo do capítulo?

Já é um formato cheio de clichês narrativos (conversa, flashback e pausa em um ciclo) e ainda deixa forçado demais o aspecto psicológico do capítulo, que começa desde o título. Felizmente, ele é salvo por uma reviravolta da metade para o final, e recomendo que fujam de qualquer spoiler sobre ele, pois a revelação costuma aparecer em sinopses.
Bom (3,5/5)
S02E08: Obsession – Continuando a explorar mais realidades alternativas que fujam um pouco de mudanças históricas, desta vez os sliders encontram um mundo onde uma parcela expressiva da população possui poderes psíquicos e são capazes de ler mentes e prever o futuro. O problema é que um deles “previu” que Wade é o amor de sua vida.
O grande problema do episódio é extrapolar demais seu próprio conceito, ao conectar realidades alternativas ao poder do “antagonista” do capítulo, parece uma coisa meio fora de lugar, com umas fantasias e sonhos, e desnecessária para uma estorinha até que bem redondinha. Menos seria mais. A história alternativa e o funcionamento daquele mundo são pouco desenvolvidos, mas possuem uma certa coerência interna suficiente para a sequência de reviravoltas principais e o movimento geral do roteiro fazer sentido.
Bom (3/5)
S02E12: Greatfellas – Os deslizadores acabam, literalmente, caindo no meio de um casamento de pessoas muito importantes naquela realidade – no caso, os filhos de dois grandes mafiosos. Neste mundo, os Estados Unidos são um país dominado por cassinos e gangsteres devido a permanência da Lei Seca até os dias atuais – e, por um acaso, um dos únicos agentes públicos honestos é a versão local Rembrandt.
A ideia central até que é curiosa e há algumas tiradas e ironias legais – toda a trama envolvendo o “espião” do FBI é divertida – assim como o estado extremamente corrompido daquela sociedade traduzido na falta de orçamento das autoridades, ou a relação com as leis e advogados tamanha a quantidade de golpes possíveis.
Entretanto, em determinado ponto o episódio começa a se achar muito inteligente. Tenta, ao mesmo tempo que gasta um tempão num arco sem efeito – que não sabe se é cômico ou moralista, mas, com certeza, muito bobo – de Quiin tentando recuperar dinheiro, emplacar uma trama política sobre separatismo, golpes de Estado, muito mal explicada; e no final você já nem sabe mais quem quer o quê e torce para eles pularem logo para o próximo mundo.
Muito Ruim (1,5/5)
S02E13: The Young and the Relentless – Assim que completam seu salto, nossos heróis se deparam com o cadáver de ninguém menos que o protagonista. Quiin está morto, afogado na piscina de sua casa, onde ele mora com sua esposa, Wade. Neste mundo, o casal era casado, com o perdão da redundância, e é dono e um grande conglomerado de educação que está para fechar um acordo multimilionário com a rede pública de escolas do governo da Califórnia.

Em algum lugar aí no meio, tem uma outra trama paralela desde mundo ser governado por pessoas muito jovens, e qualquer um acima de 30 anos é considerado um cidadão de segunda classe. Curiosamente, essa estória é a mais legalzinha do capítulo – o julgamento é bem engraçado, especialmente a relação entre o juiz e as “advogatas”. Uma pena que essa realidade alternativa não guarda quase que relação nenhuma com o cerne do roteiro, referente ao casal dos alternativos Wade e Quiin.
Há uma reviravolta interessante relativa a morte inicial, e um grande trabalho da atriz que é capaz de interpretar duas versões completamente diferentes da mesma personagem. Entretanto, as motivações que movem esse complô são, ao mesmo tempo, superficiais e pouco inteligíveis – parecendo muito, de fato, uma novela meia boca, tal como The Young and the Restless, uma longeva soap opera americana da qual o título faz uma paródia.
Mediano (2,5/5)
S02E09: Invasion – Mais um salto direto no meio da ação, agora nossos protagonistas acabam saindo em um mundo alvo de uma violenta invasão alienígena que está destruindo completamente o planeta. Não demora muito tempo para percebemos que esses monstros estão viajando também através dos portais entre dimensões.
Um dos episódios mais importantes do seriado, introduzem os principais vilões, os assustadores Kromaggs. Há algumas tiradinhas aqui e ali, mas temos aqui um tom completamente diferente da maioria das coisas que vimos em Sliders. Sempre estamos no escuro, com os personagem sofrendo ou em perigo.
Há algumas escorregadas aqui e ali, como o “tiro” que o timer solta sem explicação alguma, mas roteiro foi bastante inteligente em tornar os vilões assustadores em ambientes diminutos de forma a não precisar tanto depender de efeitos especiais e maquiagem, que são péssimas mesmo para 1996 (e exige muita boa vontade para continuar assistindo, já adianto), para transmitirem grandeza. O foco está em transmitir perigo, o que é sempre bem feito – provavelmente até demais, porque nesse nosso primeiro contato, eles são simplesmente onipotentes, onipresentes e oniscientes.

Muito Bom (4/5)
S02E06: As Time Goes by – “Well, that escalated quicky“, muitos daqueles que frequentaram o 9gag nos anos 2000 vão lembrar do meme de Will Ferrell e mais ou menos isso que dita este episódio. Em uma realidade, curiosa mas que não faz sentido, na qual São Francisco ainda é uma colônia espanhola, Quiin acaba encontrando uma antiga namoradinha do colégio – que, aparentemente, foi o grande amor da sua vida. E, em 40 minutos, o espaço-tempo passa a desmanchar diante de seus olhos – sim.
São dois capítulos em um só, e com duas ideias muito interessantes, mas que no final gera uma bagunça completa que não consegue realizar direito nenhum dos dois temas.
A estória da busca de Quiin por seu grande amor é comovente e seria um bom arco para um belo e simples capítulo – ainda o mundo da Nova Espanha não faça sentido (para imigrantes ilegais irem dos EUA para lá isso significaria que nessa realidade ser uma colônia da Espanha significaria ser o centro do capitalismo, o que é inconcebível para qualquer um que conheça história da América e da península ibérica). O outro capítulo começa nos 20 minutos finais, onde os nossos heróis estão em uma realidade na qual o tempo corre de trás para frente.
Se a trama original poderia ser mais refinada e manter um capítulo simples e comovente, essa segunda metade é extremamente ambiciosa e precisaríamos de mais tempo para digerir e entender as (faltas de) leis da física naquele lugar. Provavelmente a opção de enfiar isso aqui dentro de uma outra história mais simples e direta ocorreu, justamente, pela impossibilidade de desenvolver e fazer funcionar algo tão complexo quanto ir no sentido contrário do tempo.
Infelizmente é tudo muito mal feito; em uma trama, Quiin esquece Wade e Wade aparentemente esqueceu dele aqui, já que não há muita tensão entre os dois, e na outra, como é possível imaginar, nada é facilmente compreensível. Por mais que os personagens tentem te explicar, o que ocorre na prática é que os protagonistas estão voltando no tempo de hora em hora, e não que o tempo lá é diferente – só assistindo para entender.
De fato, o único resultado possível para esse enredo seria a destruição do espaço-tempo – o que dá até um certo charme B a tudo e “salva” o episódio.
Ruim (2/5)
Melhor Episódio

Love Gods – Difícil; a temporada inteira não tem nenhuma grande sacada nem de história alternativa nem de realidades paralelas (a grande cartada deveria ter sido o episódio final, mas se enrolaram muito nele). E se a aparição dos Kromags é importante, o episódio não é nada demais. Neste caso, fico com o mais redondinho e o que mais sobe tirar vantagem do alternativo sem virar uma confusão total.
Outros destaques nessa linha são El Cid e Dino Veritas, diretos e divertidos.
Pior Episódio
The Good, the Bad and the Wealthy – Completamente sem pé nem cabeça, criaram um mundo com uma “ideia”, um realidade cowboy, e apenas isso. Foram introduzindo uma série de coisas óbvias para um cenário desses, como duelos, tabernas e cavalos (esquecendo de algumas posteriormente) que não se conversam bem com outros “conceitos” criados a partir dessa possibilidade, mas que não só não fazem sentido ao tentarmos racionalizar dentro dos nossos parâmetros sociais, como também não funcionam dentro da lógica interna do capítulo.
No final uma mensagem anti-armamentista, que se até seria simpático, surge do nada e tenta dar um final feliz a uma confusão completa e chata desde o começo, e garanto que você está sempre perdido – problemas muito similares a Greatfellas (que até se misturam na memória).
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