Jornada nas Estrelas Discovery – Terceira Temporada – Episódio 4
Pisando no freio, neste capítulo temos um foco no desenvolvimento de um dos personagens que ingressaram na série nesta temporada; episódio praticamente todo dedicado a Adira Tal.
O foco é justificável. Com Book ficando um pouco no banco de reservas, fomos levados a uma direção diferente a que aparentava-se nos primeiros episódios. Nosso principal guia no século XXXII pode ser o simbionte Tal, e é importante para o desenvolvimento geral da temporada apresentarmos este personagem que será, pelo visto, tão importante.
Com uma abordagem dramática, temos alguns plost twists, uns mais óbvios outros menos, constituindo um capítulo bem lento. Poderia falar que há uma mudança de tom com relação à Discovery – como havia criticado sobre o primeiro episódio – mas esta temporada no geral está muito menos “convulsionante” que as demais.
Ainda não tenho uma preferência pelos estilos, mas de qualquer forma, esta última está muito bem em sua linha narrativa, coerente e caminhando afrente – há pouca sensação de rodeios: o primeiro destino foi a Terra, e lá encontramos um Trill, então vamos a Trill resolver isso. É satisfatório ver a trama caminhando; Jornada nas Estrelas está se adaptando bem ao formato serializado, mesmo quando usa uma condução mais devagar. Caso Discovery fosse produzida nos anos 90, provavelmente a Terra seria alcançada no meio da temporada e Trill no Season Finale.

A trama “B” também foi interessante, as dificuldades que Saru está enfrentando para assumir o comando da nave nessas circunstâncias; um aprofundamento que tanto o personagem quanto a tripulação mereciam. As preocupações e amarguras de cada um foram correspondentes. Aliás, está me chamando muito a atenção o fato de que ninguém está pensando em voltar para sua época. Ao começar a temporada, tinha certeza que ao final voltariam no tempo, agora a possibilidade de ficarem no futuro indefinidamente está colocada.
O que me incomodou foi a resolução, uma espécie de Deus Ex Machina muito pouco inspirado. Primeiro, porque as “noites de cinema” são um clichê recorrente da série e porque me pareceu muito milagroso o poder de uma comédia. Segundo porque o componente da esfera tomando vida e se fundindo ao computador da nave (que já havia sido indicado em um Short Trek) abre uma trama nova com muitas implicações, que não parecem ser necessárias no momento, e serão difíceis de amarrar ao longo dos capítulos.
Por fim, um destaque aos efeitos visuais. Um pouco retrógrado da minha parte, admito, mas sou muito pouco simpático quanto ao uso mais contemporâneo de CGI no SciFI, coisas como cenários grandiosos, abismos sem fim, edifícios gigantescos… bem o tom de JJ Abrahms. Discovery oscila bastante nesse sentido; acho a ponte da nave bastante exagerada no uso de computação gráfica por exemplo. Mas neste episódio em especial, os efeitos especiais das memórias de Adira foram fabulosos.
Bom (3/5)
Com o pé no freio, um capítulo dedicado a desenvolver a nova personagem da temporada; assim como deu espaço as relações da tripulação. Desenvolvimento, por outro lado, não tão inspirado. Plot twists previsíveis e resoluções medianas.
Não ao teletransporte: como seria inevitável para uma série prequel, Discovery está penando para tentar encaixar as peças referentes a elementos do futuro daquele unierso. Os personagens descem a Trill usando uma nave auxiliar. Originalmente, foi estabelecido que o uso de teletransporte era nocivo para os simbiontes; algo convenientemente esquecido em Deep Space Nine para possibilitar as mais variadas situações de Dax. Em Discovery, a primeira aparição de Adira também ocorre por teletransporte para dentro da nave, no capítulo anterior.
Já há algumas teorias entre os fãs para explicar, então, porque agora a situação voltou ao estado original: ou foi a preocupação com o estado da união entre Adira e Tal fazendo com que se evitasse o uso da tecnologia, para não prejudicar mais a já frágil união; ou, os transportes da Discovery, do século XXIII, não são capazes de fazer o deslocamento de forma segura, enquanto em DS9, no final do XXIV eles já conseguiam.
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