Apesar de encerrar o ciclo de produções que vinha ininterrupto desde 1987 e enterrar o Classic Trek, Enterprise viveu também a altura de suas irmãs e nos entregou bons momentos. Algumas histórias contadas nela, por exemplo, hoje são tão consolidadas que causa até estranheza saber que elas ainda não existiam na TOS ou TNG; como o detalhamento da história de Surak e as reformas vulcanas, ou a fundação da Federação entre Andorianos, Vulcanos e Tellaritas.
Vamos conferir o que houve de melhor neste seriado!
Para revistar alguma das temporadas é só clicar abaixo:
Capitão
Apesar de algumas coisas chatas aqui e acolá – quem que gosta de polo aquático? Pelo amor de Deus – Archer viveu a altura de seus antecessores (ou sucessores) e foi um grande capitão. Não tinha a força dos discursos de Picard, o eterno modelo, pois sua principal força era justamente a tridimensionalidade. Enterprise sempre foi competente em apontar como ele era o primeiro em enfrentar aquelas situações as quais eles estavam passando e como seria difícil tomar as suas decisões àquela altura da História da humanidade. E, principalmente, apesar das controversas, ele esteve sempre caminhando muito bem em um limiar dentro do que esperamos encontrar em um comandante de nave da Federação mesmo com ela ainda não existindo.
T’Pol
Essa pobre moça sofreu muito no começo do seriado. Muito entusiasmados com as curvas da atriz, os produtores não se furtavam em colocar ela em roupas íntimas quando possível, queriam enfiá-la de qualquer jeito em um romance – só não sabiam exatamente com quem. Não chegou ao absurdo da Samantha Carter de Stargate SG1, mas ela apanhou um pouquinho. Finalmente fecharam no relacionamento com Trip, mas que começou com uma constrangedora “rotina de neuro-compressão” repleta de trocadilhos e cenas de duplo sentido.
Mas ela conseguiu dar a volta por cima. Servindo como uma espécie de representante das mudanças de Vulcano, talvez ela foi o personagem com o lore mais bem desenvolvido de todo Jornada nas Estrelas (e sempre de forma muito coerente) – poderiam até pegar um pouco mais leve com ela, tadinha, como sofreu; até em uma cracuda ela foi transformada em certo ponto. E nada poderia ser feito sem o grande trabalho da atriz Jolene Blalock, que curiosamente é péssima, mas aqui em Enterprise ela esteve fabulosa – dos trejeitos aos olhares, foi uma grande vulcana.
Respeito visual e narrativo às antecessoras

Depois de Discovery, a fila para pedir desculpas para Enterprise deve estar dando, nesse momento, a segunda volta ao mundo. Nem digo por qualidade, mas na arte e uso do lore. Ainda que parecesse mais nova que a NCC-1701, inevitável, a NX01 era muito crível e nitidamente uma nave mais primitiva que a de TOS (e muito mais que as de TNG); a necessidade de apertar botões para abrir portas e usar o comunicador foram opções mais óbvias mas não menos importantes. Minha característica favorita era a viga dentro do gabinete do capitão, fantástico.
Comparando com a Discovery, que é ridícula (aquela nave no geral faria pouco sentido, mas contemporânea à NCC1701 é impensável), o esforço em enquadrar o seriado em seu universo ficcional deve ser ainda mais reconhecido. Apesar de algumas decisões que podem não ter sido as mais bem aceitas, como trazer borgs e ferengis, no geral o respeito ao lore foi intenso, especialmente na quarta temporada, onde ela se dedicou inteiramente a ser uma prequel da TOS. Mas só o fato dela ter acertado na aparência dos Andorianos – que absolutamente todo seriado até então fez muito mal – já é algo de nota.
Retcons
Enterprise precisou enfrentar sérios problemas ao se colocar como uma série anterior a uma obra de 40 anos antes. Em TOS, muitos dos conceitos que passaram a nortear Star Trek ainda estavam pouco delimitados – e outros foram deliberadamente alterados nos filmes e séries subsequentes. ENT soube muito bem lidar com isso, apesar de gerar inevitáveis controversas. Os Romulanos não tinham a aparência conhecida não porque as naves não tinham como se comunicar com imagens (algo que em 1960 era crível, e hoje impensável) mas porque eles não queriam se mostrar; por exemplo. Além da questão da aparência dos Kligons, do cisma entre Vulcanos e Romulanos, a criação da Federação pelas 4 raças originais, a origem da guerra contra Romulus… os exemplos são infindáveis.

Alternativas à serialização completa
Se Enterprise demorou para achar (e não conseguiu, no limite) sua forma narrativa, surgiu com boas alternativas. Discute-se muito se uma narrativa serializada cabe realmente em Jornada nas Estrelas (uma das grades razões pelo ódio a DIS e PIC, com razão, neste caso, no meu ponto de vista), isso não é novo, a reta final de DS9 já levantou esse problema e os anos 2000 se tornaram um momento de transição no qual os seriados americanos passaram de uma hegemonia da fórmula episódica para a hegemonia da forma serializada.
ENT ficou completamente desatordoada nessa disputa entre as formas de narrativa. Na primeira e segunda temporadas, as conexões entre episódios eram tênues e costuradas através de histórias individuais – como Archer sendo reconhecido por um libertador após sua ação em outro episódio. Mas foi insuficiente, os personagens secundários não eram desenvolvidos e faltou tratar justamente do subplot principal, o da Guerra Fria Temporal. Na terceira, criou-se o que ficou conhecido na época como o “super arco Xindi”, ainda assim com uma boa dose de histórias individuais – a melhor fórmula para mim. Já na quarta, a opção foi pela construção de “super episódios”, com histórias únicas divididas entre trilogias ou dualogias – algumas conversando umas com as outras – que também rendeu grandes resultados.
10 episódios que você precisa dar uma chance:
Nem sempre eles figuram na lista entre os melhores do seriado, e alguns tem defeitos difíceis de deixar para trás, mas estes episódios abaixo, por outro lado, também têm algo a dizer e você deve dar uma chance se re-asistir a série:
(em ordem de exibição)
S01E21: Detidos – Archer e Mayweather foram presos “por engano” e acabam alocados em um Campo de Prisioneiros de uma civilização muito parecida com a humana, mas destinado a manter os Suliban em cárcere, já que esta raça acabou tendo uma má fama na galáxia após as ações da Cabala. Infelizmente a trama foi totalmente abandonada e o capítulo acaba não tendo a relevância que merecia, mas é uma estória interessante e baseada em analogias históricas pertinentes.
S01E24: Travessia do Deserto – Mais uma peça muito bem colocada na trama de Enterprise que acabou por ser esquecida; as ações de Archer no capítulo acima ganharam fama e outros grupos de resistência passam a buscar o capitão para ter ajuda. Um episódio muito tridimensional, coloca todos os personagens e ângulos em perspectiva. Infelizmente um terço final, que se dedica ao drama da sobrevivência no deserto, acaba tirando força da complexa moral política. Além disso, sofre, como tudo o que foi plantado na primeira temporada; de ter sido um arco não retomado mais a frente.
S02E07: O Sétimo – Vencido o absurdo inicial, de que T’Pol foi uma espécie de agente secreto, misturada com US Marshalls e comando especial com licença para matar, temos uma das histórias mais intrigantes do lore de Star Trek. A inteligência de vulcano plantava agentes duplos em planetas conhecidos, que viveram disfarçados entre a população local; entretanto, ao poder libertar suas emoções, alguns deles não querem mais voltar a viver da forma de antes, e precisam ser caçados. Esta é a história de um destes, que nunca foi capturado. Infelizmente, o episódio gasta muito tempo contando como foi para T’Pol perseguir o fugitivo do que aquilo que seria muito mais interessante, motivos dele em querer se manter longe.

S02E14: Estigma – Talvez o melhor episódio com alegorias sociais de Enterprise e certamente um dos mais relevantes de toda Jornada nas Estrelas; T’Pol desenvolve uma doença psiquiátrica que carrega muito preconceito entre os vulcanos por ser transmitida através de um Elo Mental – ritual sofrido em um abuso na temporada passada. Foi encomendado justamente como parte de uma campanha para vitimas da Aids, mas o resultado foi fenomenal ao encaixar perfeitamente no lore Trekker do próprio seriado. Infelizmente, é permeado por uma trama cômica besta sobre as esposas de Pholx que é completamente fora de lugar.
S03E02: Anomalia – O capítulo mais polêmico e mais relevante para entender a história de Star Trek Enterprise. Desesperado pela aventura na expansão ficar cada vez mais complicada e sem saída, o capitão Archer cruza muitas linhas morais ao ser vítima de piratas, e se transforma em Jack Bauer. Com um retrato muito distante do que esperaríamos ver de um capitão da frota, o capítulo foi massacrado, mas é filho de seu tempo: esta era a visão de futuro pós 11 de setembro misturada com a utopia de Roddeberry. Poderia ter sido mais sutil, ao invés de martelar sua ideia central em diálogos óbvios, reflexo da insegurança dos produtores com essa guinada drástica na série, mas é um episódio relevante e marcante.
S03E05: Impulso – Zumbis em Jornada nas Estrelas! A Enterprise encontra uma nave vulcana desparecida na expansão há meses, mas sua tripulação está se assemelhando mais aos habitantes de Racoon City. É tudo muito bobinho e muito frágil, mas é um episódio único, focado em contar uma determinada história e bastante divertido.
S03E19: Relatório de Danos – Não há o botão de reset em Enterprise. Após sofrer a sua maior derrota, a NX01 precisa dar um jeito de seguir adiante na busca pela Superarma Xindi. Com a nave completamente destruída, Archer enfrenta mais um dilema ético a encontrar uma outra embarcação que pode conter equipamentos necessários para nossos protagonistas continuarem sua missão. Rimando com a estória de Anomalia, citado acima, este episódio é ótimo e coloca Archer em uma posição completamente oposta a que nós (e ele) esperaríamos.

S03E22: O Conselho – Toda a reta final da terceira temporada, desde Azati Prime deve ser assistida; caso você pule, terá sua carteirinha de trekker e seus direitos televisivos caçados. Acher chega ao Conselho Xindi e ganha a chance de representar a Terra perante aos antagonistas e salvar nosso belo planetinha azul. As máscaras caem e os construtores de esferas colocam suas mangas de fora, assim temos até mortes de personagens importantes e grandiosas batalhas. Infelizmente os eventos se perdem entre os capítulos serializados deste final.
S04E03: Lar – A Terra não é a mesma após o ataque Xindi. Um dos episódios mais maduros de Jornada nas Estrelas, se dedica a fazer um balanço dos personagens (e do universo ficcional, muito importante) após as três primeiras temporadas da série e, em especial, depois do trauma sofrido pelo planeta. Tem uma perda de tempo aqui e ali, mas compõe bem demais tanto para a quarta temporada vista como um todo, para o lore, para o worldbuilding, e para os protagonistas que vêem seus relacionamentos entrarem em momentos decisivos.
S04E15 e E16: Praga e Divergência – O ser humano que não gosta de que Enterprise tentou fazer um retcon da aparência dos Klingon em TOS já morreu por dentro. Não é o mais brilhante dos episódios nem é a melhor trama já escrita, mas é tudo bem legal que se mantém cheio de ação, divertido e tenso.

Os 20 Melhores Episódios
Dentre os melhores que Enterprise pode oferecer, decidi dividir entre duas categorias; aqueles que são episódios relativamente avulsos e outros conectados aos demais arcos narrativos do seriado – no caso, a Guerra Fria Temporal, a busca pela Super Arma Xindi e a Fundação da Federação (englobando a trama entre Andoria, Terra e Vulcano). Claro que mesmo os “avulsos” são conectados a mitologias gerais de Jornada nas Estrelas, mas creio que será possível entender onde quero chegar.
Episódios Avulsos
10 – S01E03: Lutar ou Correr – O primeiro episódio regular do seriado começou muito bem. A Enterprise encontra uma nave a deriva com os tripulantes mortos; e enquanto examinavam o que houve eles passam a ser atacados por outra embarcação. Com um destaque a uma trama muito única do seriado – a dificuldade de linguagem – foi um episódio relativamente simples, mas direto e intenso.
9 – S01E17: Fusão – T’Pol encontra um grupo de vulcanos renegados, partidários de sentir as emoções em sua plena intensidade e que realizam um ritual banido de sua sociedade naquela época: o Elo Mental. Expandir esse conceito tão presente na TOS não poderia ter sido feito de forma melhor. Temos um capítulo muito interessante (ainda que bem parado) que explora muito o lore dessa civilização e consegue trabalhar com alegorias muito fortes à abusos sexuais, que rendeu ainda uma continuação na segunda temporada, mencionado acima, fazendo uma conexão com a AIDS.

8 – S01E23: Herói Decadente – A difícil convivência entre humanos e vulcanos nos primórdios do canon de Jornada nas Estrelas, e, especialmente em Enterprise, dá um passo importante aqui. Nossos heróis estão incumbidos de transportar ume embaixadora vulcana que caiu em desgraça após escândalos de corrupção. Assim que a nave parte, os protagonistas começam a ser atacados – há algo a mais nesta história toda.
7 – S02E23: Regeneração – Temos aqui um polêmico fanservice; os Borg dão as caras em Enterprise. Para além do fato da tentativa de levantar o seriado em seu ponto mais baixo; temos um capítulo excelente. A história é encaixadinha – uma continuação de Primeiro Contato e prequel de Q Who – quando pesquisadores descobrem restos da esfera que atacou a Terra no século XXI. Para além da ação, tensão e efeitos visuais, gosto muito da trilha sonora deste episódio.

6 – S03E08: Futuro Incerto – Uma pequena liberdade aqui para equilibrar a lista, já que a estória é conectada marginalmente ao arco da temporada mas poderia ter acontecido em qualquer contexto. Archer acorda décadas no futuro, a Terra foi destruída e a humanidade foge dos Xindi numa pequena caravana liderada pela Enterprise que se estabeleceu em Ceti Alpha V. Só essa ironia já dá uma amostra da beleza deste capítulo.
5 – S01E13: Caro Doutor – Um dos episódios mais polêmicos de todos os seriados por bons e maus motivos. Uma das atitudes mais controversas já tomadas por um capitão da Frota (no caso a Frota ainda não existia, mas isso é um detalhe) quando Archer precisa decidir se ajuda ou não uma raça combater uma pandemia mundial. A polêmica gerada gera discussões com conclusões diversas até hoje (eu particularmente discordo do que Archer fez) e isso é um legado que qualquer seriado de Ficção Científica deseja alcançar. Ao mesmo tempo, foi um ponto de virada importante para o personagem do Dr. Pholx.

4 – S02E08: O Comunicador – E se um explorador espacial deixasse cair alguma coisa em planeta que sequer sabe que existe vida além da Terra? Bom, está aqui uma possível versão do caos que se instalaria. O capítulo toma alguns atalhos para fazer a situação ganhar corpo, como o fato do planeta já estar em estado pré-guerra, e, ao mesmo tempo, deixa um furo relevante na temporada com a Nave Suliban, mas é uma das estórias mais únicas, interessantes e com potencial de franquia.
3 – S02E22: Congenitor – Há sempre um charme especial para episódios em que os protagonistas estão em situações sem saída; é o caso de Trip aqui. Quando a Enterprise começa um promissor intercâmbio com outra espécie avançada, o engenheiro faz amizade com um “tripulante” da nave alienígena – entre aspas porque ele é uma espécie de escravo daquela raça – e cria um mal estar de graves conseqüências para todos os envolvidos. Um dos finais mais impactantes do seriado.
2 – S04E18 e E19: Um Reflexo Sombrio – Quando as incursões no Universo Espelho demoravam anos para se repetir, qualquer passada por lá era marcante. Especialmente depois que em DS9 a situação se inverteu e os humanos passaram a ser vítimas, foi muito legal voltar ao período do terrível Império Terrano em seu auge. Integralmente se passando naquele mundo paralelo, foi na medida certa e ainda nos brindou com muitos elementos e visuais da TOS. Foi uma carta de amor a qualquer Trekie.

1 – S04E21: Terra Prime – O verdadeiro final de Enterprise tem cenas das mais emocionantes de toda Jornada; a Terra enfrenta forte oposição interna contra a aproximação com as diferentes espécies encontradas durante o seriado e um grupo terrorista ameaça um atentado e usa um bebê mestiço para fazer seu ponto. Esta é a segunda parte da história, melhor que a primeira, que tem uma trama secundária dispensável de uma repórter; excelente e comovente que coroa todo o desenvolvimento da narrativa do seriado e dos personagens. Nem os mais fortes escapam de encher os olhos de água nessa história.
Episódios das tramas principais
10 – S01E23: Onda de Choque – Após causar um incidente de proporções planetárias, a tripulação da Enterprise tem sua missão cancelada e deve voltar à Terra. É claro que isso não acaba aí. Rapidamente somos atirados no meio da Guerra Fria Temporal, do qual a NX01 é peça central. O capítulo é muito competente em demonstrar a frustração dos personagens com o que tudo o que ocorreu, gerando um crescendo de problemas até nos deixar verdadeiramente interessados nessa grande trama de fundo do seriado. Infelizmente a continuação, no ano seguinte, não correspondeu às expectativas.
9 – S03E13: Campo de Testes – Finalmente nossos heróis encontram a Super Arma Xindi, ou mais ou menos isso; acham um protótipo dela que está sendo testado. Na tentativa de roubá-la, são auxiliados por um velho conhecido, o Comandante Shran! A aparição dos andorianos aqui foi uma surpresa e gerando muito conflito e controvérsia – que apenas ganha com nossos protagonistas desconfiados desde o primeiro momento.

8 – S04E04: Fronteira – O primeiro dos “grandes-episódios” da quarta temporada funcionou como prequel da TOS, dos filmes e de TNG ao mesmo tempo contando uma história original. Um grupo de melhorados das Guerra Eugênicas está a solta atacando naves klingon por aí e a Enterprise NX01, finalmente novinha em folha, é encarregada de desvendar esse mistério e parar os humanos modificados. O capítulo ainda é muito bom tecnicamente, muitos cenários repletos de alienígenas devem ter requisitados horas infindáveis de trabalho. Rendeu duas continuações diretas muito boas também.
7 – S04E01: Front Temporal 1 – Ao troco de sobreviver à explosão da Super Arma Xindi, Archer é enviado ao passado, mais precisamente a II Guerra Mundial. Apesar do clichê do período histórico, temos uma importante reviravolta ao saber que àquele conflito já foi alterado devido à Guerra Temporal e precisamos acompanhar a tripulação tentando encontrar o capitão. Uma trama e vilões muito complexos e maduros dão o toque final desse subplot que é resolvido na segunda parte, excelente também mas com alguns problemas de direção.
6 – S03E23: Contagem regressiva – Após nossos protagonistas conseguirem deixar o Conselho Xindi em dúvida sobre lançar ou não a arma, os reptilianos se rebelam e a roubam. Agora a Enterprise e as demais espécies precisam unir forças para impedir o ataque final à Terra. Mantendo um fôlego invejável nessa reta final da terceira temporada, este me parece seu ápice, tanto com relação aos conflitos entre as partes (agora ativamente com os Construtores atuando) quanto literalmente entre as naves.

5 – S03E18: Azati Prime – Poucas vezes em Jornada nas Estrelas vimos a nave que é palco do seriado sofrer tanto quanto neste episódio. Ao finalmente chegar até o local da construção da Super Arma Xindi, o Capitão Archer bola um plano para se infiltrar na instalação, mas Daniels aparece e tenta impedir nosso protagonista de levar a ofensiva adiante. A derrota retratada neste capítulo é comparável ao Picard borg em Best of Both Worlds de TNG, e ainda rendeu um capítulo seguinte também muito bom na lida dos heróis com os problemas da nave.
4 – S04E12 e E13: Babel Ano 1 e Unidos – Estou trapaceando aqui, mas infelizmente é jeito. Difícil escolher entre um destes dois capítulos (para “facilitar”, a terceira parte é sensivelmente inferior) que são prequels do clássico Jornada para Babel de TOS e à própria criação da Federação. São várias rimas com o episódio e à série Original aqui; ainda que contando uma história completamente única – que, infelizmente, perde um pouco de impacto se você já sabe o desfecho.
3 – S02E16: Futuro do Presente – A NX01 encontra uma capsula muito estranha contendo um cadáver também muito diferente; em pouco tempo descobrimos que se trata de nave e pilotos vindos de um futuro muito distante e, ao mesmo tempo, diversas naves de espécies diferentes passam a atacar a Enterprise para reaver esses objetos. Apesar de revelar quase nada e caminhar pouco com a trama da Guerra Fria Temporal, é um episódio intrigante e intenso do começo ao final.
2 – S03E21: Enterprise² – A única forma de alcançar o Conselho Xindi a tempo de tentar impedir o lançamento da Super Arma é através de um atalho potencialmente fatal. Uma vez dentro desse corredor subespacial, eles são abordados por outra Enterprise NX01. Comparável ao clássico Yesterday’s Enterprise, de TNG, este aqui está a altura e ao mesmo tempo cria uma história única. Interessante sobre vários aspectos, com motivações diversas, é um capítulo marcante do seriado, seja em enredo, drama ou mesmo em cenas de duas NX01 ao ataque.

1 – S04E08 e E09: Despertar e Kir’Shara – Como martelei várias vezes, eu gosto muito do retrato dos vulcanos em Enterprise; sempre achei eles extremamente arrogantes e não poderia ser diferente a postura deles conosco no início da exploração espacial. Claro que pontas precisavam ser amarradas. E o seriado fez isso numa trilogia fantástica onde pudemos ver Surak e T’Pal, como ainda Andoria e Vulcano em guerra; chegando em um final – por isso a seleção dos dois últimos – que contribuiu demais para o desenvolvimento do lore de Star Trek.
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